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Câncer e Doenças da Tireóide

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É uma glândula única que se localiza na porção central e inferior do pescoço, tem o formato de uma borboleta

ou H.

 

Função da Tireóide

 

Produção dos hormônios T3 e T4, que controlam o metabolismo do corpo humano. Seu funcionamento é regulado pela hipófise, através de outro hormônio chamado TSH (hormônio estimulante da tireóide).

 

Doenças da Tireóide

 

Podem estar relacionadas com a forma ou com a função da mesma. Quanto a forma, podem surgir nodulos ou um aumento universal da glândula. EM relação a função, podemos ter hiperfuncionamento, o hipertireoidismo ou hipofuncionamento, chamado de hipotireoidismo.

 

Câncer de Tireóide

 

O câncer de tireóide é mais frequente em mulheres de 30 a 50. A frequência em mulheres é duas vezes maior do que nos homens. Quando o diagnóstico é feito, um terço dos casos apresentam metástases linfonodais. As metástases a distância são encontradas muito raramente. Rouquidão associada pode ocorrer apenas nos casos avançados.

 

Tipos de tumores da tireóide

 

Os principais tipos de câncer de tireóide são:

  • Carcinoma papilífero: o mais comum e com bons índices de cura. Ocorre em 75 a 80% dos casos.

  • Carcinoma folicular: também apresenta boa chance de cura. Ocorre em 10 a 15 % dos casos.

  • Carcinoma Medular: geralmente mais grave, apresentando pior evolução e menor chance de cura quando comparado aos dois acima. Mais raro, ocorre em 3,5% dos casos.

  • Carcinoma Indiferenciado ou anaplásico: quase sempre é fatal mas, felizmente, muito raro. Responde por 1,5% dos casos.

 

Como saber se tenho câncer de tireóide?

 

Procure um médico Cirurgião de Cabeça e Pescoço ou Endocrinologista, que vai avaliar sua tireoide atraves da palpação e ultra-sonografia. Caso seja necessário, realizar uma punção aspirativa por agulha fina, que é a melhor maneira de dizer se um nódulo é benigno ou maligno.

 

Qual a frequência do câncer de tireóide?

O câncer de tireóide não é um câncer comum, ele representa 1 a 2% de todos os cânceres. Todavia é o tipo de câncer endócrino mais comum e é um dos poucos tipos de câncer que tem aumentado sua incidência com o tempo. Em parte, este fenômeno é explicado pelo aumento do diagnóstico através da realização de exames de tireóide por outros motivos como em consultas ginecológicas e endocrinológicas.

 

Tratamento do câncer de tireóide

O tratamento é CIRÚRGICO e consiste em realizar a retirada de toda a glândula e, às vezes, associada ao esvaziamento cervical (exerese dos gãnglios linfáticos), quando indicado.

 

Nódulos

 

Os nódulos de Tireóide podem ser benignos ou malignos, unicos ou multiplos, produtores ou não de hormonios.

 

IMPORTANTE: geralmente a presença dos nódulos NÃO interfere na produção de hormônios tireoidianos.

 

Devido à presença dos nódulos, e dependendo das dimensões desses nódulos, a glândula pode adquirir grandes dimensões, causando sintomas de compressão. Os mais frequentes são a falta de ar e a dificuldade para engolir.

 

IMPORTANTE: apesar da maioria dos nódulos ser benigna, todos os nódulos diagnosticados devem ser avaliados por um Cirurgião de Cabeça e Pescoço.

 

Tireóide altera a voz?

 

O câncer de tireóide, nos estágios iniciais, dificilmente leva a rouquidão. Somente casos avançados costumam levar a alterações na função das cordas vocais.

 

Problemas na Tireóide causam dor?

 

A maioria das doenças tireoidianas não causam dor. Em algumas patologias isoladas poderemos ter dor como nos casos de tireoidite subaguda (chamada de DeQuervain), que é uma doença relativamente incomum que pode, em seus estágios iniciais, causar dor cervical na região da tireóide, e a tireoidite aguda (infecção bacteriana da tireóide, doença raríssima)

 

IMPORTANTE: O câncer de tireóide NÃO costuma causar dor. A dor pode ocorrer apenas em casos AVANÇADOS.

 

Exames para avaliar os problemas da tireóide

 

Os hormônios que mais influenciarão nas decisões clínicas são TSH e T4 livre e portanto são os mais solicitados. Eles nos ajudam a entender como a tireóide está funcionando.

 

A dosagem de anticorpos tireoidianos são solicitados para avaliar a presença de algumas doenças autoimunes como a tireoidite de Hashimoto. Os usualmente solicitados são: anticorpo anti peroxidase (Ac TPO), anticorpo anti-tireoglobulina (AC TG) e Anticorpo anti receptor de TSH (TRAB).

 

Ultrassom de tireóide: É fundamental na avaliação da presença de nódulos tireoidianos, principalmente aqueles não palpáveis.

 

O tamanho, localização dentro da glândula e características dos nódulos são essenciais nas decisões cirúrgicas assim como servem para o seguimento clínico dos mesmos. O Doppler associado acrescenta informações sobre a vascularização dos nódulos, que podem aumentar as suspeitas de malignidade.

 

Biópsia por punção aspirativa com agulha fina (PAAF): Geralmente é um exame guiado pelo Ultrassom. É o exame que em geral define a indicação cirúrgica. O exame consiste em colher e avaliar células dos nódulos tieoidianos através de uma punção com agulha orientada ou não por ultra-sonografia. De forma simples, os resultados podem ser benignos ou malignos ou suspeitos. Atualmente os patologistas utilizam a classificação de Bethesda para classificar o índice de suspeição dos nódulos. Essa Classificaçào vai de I a VI. Os resultados IV, V e VI em geral, pelo risco de tartar-se de um tumor, são indicativos de tratamento cirúrgico. OS Bethesda III podem ou não receberem indicação cirúrgica e isso dependerá de cada caso, devendo ser avaliado pelo cirurgião de cabeça e pescoço. Em muitas situações, somente a ressecção e posterior análise anátomo-patológica do nódulo é que vai determinar se o nódulo é de fato maligno ou não.

 

Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética

Exames solicitados em situações específicas. Podem ser úteis em bócios volumosos e mergulhantes, e para avaliar possíveis invasões de estruturas vizinhas como a glândula em casos avançados de câncer de tireóide.

 

Quando e porque realizar cirurgia da tireóide?

 

Basicamente temos 2 indicações de cirurgia. A primeira quando temos bócios  e nódulos volumosos, ou com crescimento importante. A segunda quando temos uma punção suspeita ou positiva para câncer de tireóide.

 

Quando o médico suspeita de malignidade pela palpação dos nódulos tireoidianos ou pelo exame de punção aspirativa por agulha fina (PAAF), SOMENTE A CIRURGIA PODE DAR A CERTEZA se o nódulo é maligno ou não.

 

A tireóide é uma glândula que se apoia sobre a traquéia e se relaciona com o esôfago. Dessa forma, quando temos uma tireóide muito aumentada, podemos observar sintomas de compressão de estruturas cervicais, causando dificuldades para engolir e respirar. Em geral, nódulos com tendência a crescimento progressivo e maiores que 3cm têm indicação relativa de cirurgia. Tireóides que cresceram em direção ao tórax, ou bócios mergulhantes, também devem ser operadas.

 

Outra indicação de cirurgia são os casos de Hipertireoidismo refratário a tratamento clínico. Indica-se tireoidectomia quando o paciente não tolera o tratamento com remédios ou estes não estão sendo suficientemente eficazes para controlar o hipertireoidismo, principalmente quando a tireóide for muito aumentada ou com nódulos.

 

Indicação Estética: Embora não seja uma indicação absoluta, nódulos que levam a um desconforto estético podem justificar uma cirurgia de tireóide.

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Posso viver sem a glândula tireóide?

 

Sim. Os hormônios produzidos pela glândula são perfeitamente substituídos pelos hormônios sintéticos.

 

Complicações

 

Toda cirurgia envolve risco de complicações. Apesar da cirurgia de tireóide ter um índice um muito baixo de complicações, descreveremos as mais frequentes:

 

Alterações da Voz

 

Cerca 10% dos pacientes que são operados apresentam alguma alteração temporária na voz, enquanto que 1 em cada 250 pode evoluir com alterações definitivas que necessitam, obrigatoriamente, de Fonoterapia para recuperação do padrão vocal. Isto ocorre pois, atrás da glândula, temos dois nervos que vão para as cordas vocais. Nervo é como um fio de eletricidade que conduz energia para algo funcionar. Nesse caso, os nervos chamados laríngeos recorrentes são responsáveis pelos movimentos das cordas vocais.

 

As principais alterações na voz são rouquidão, dificuldade em alcançar notas agudas ou cansaço ao falar, que normalmente regridem em algumas semanas, mas que podem perdurar por vários meses. Em geral, através da fonoterapia, conseguimos recuperação para estes problemas na quase totalidade dos casos.

 

Sangramento

 

Muito raro. É uma complicação que pode pôr em risco a vida do paciente.

 

Apesar do grande cuidado do médico para que não aconteça sangramento, pode ocorrer um acúmulo de sangue no local operado (hematoma), podendo provocar dor e dificuldade de respirar. Esta é uma condição que tem de ser avaliada imediatamente pelo cirurgião, que pode decidir reoperar em caráter de urgência, em geral com resolução do caso sem nenhum tipo de sequela.

 

Hipocalcemia

 

Atrás da glândula tireóide, existem as glândulas paratireóides que, em geral, são 4 (quatro). Elas são responsáveis pela regulação do cálcio no sangue, através da produção de um hormônio chamado PTH.

 

Após uma tireoidectomia, pode ocorrer diminuição temporária ou definitiva do funcionamento destas glândulas, levando à queda dos níveis de cálcio no sangue (hipocalcemia). É incomum ocorrer uma deficiência definitiva nessa função, que é chamada de hipoparatireoidismo definitivo. Nesses casos, o paciente precisará utilizar cálcio pelo resto da vida.

 

O paciente pode apresentar formigamentos ou câimbras. O tratamento é repor cálcio e vitamina D.

 

Cicatriz

 

Inevitavelmente, todo corte produz cicatriz. A maioria das tireoidectomias produz cicatrizes com bom resultado estético. O tamanho da incisão cirúrgica gira em torno de 5cm, podendo ser maior em casos de bócios volumosos, aspectos anatômicos do paciente, tipo de cirurgia e da experiência do cirurgião em realizar incisões pequenas.

 

Nas cirurgias robóticas, as cicatrizes são mais discretas, já que o corte é feito em regiões escondidas, como na linha do cabelo ou atrás da orelha.

 

Cura

 

As chances de cura são muito elevadas, chegando a 95% após 20 anos. Importante que as metástases em linfonodos do pescoço, em geral, não alteram a boa evolução desse câncer, desde que tratadas de forma adequada.

 

O tumor pode voltar após o tratamento e isso ocorre com certa frequência nos casos de câncer de tireóide. Até um terço dos cânceres bem diferenciados de tireóide recidivam e retornam principalmente em gânglios (linfonodos) do pescoço. O seguimento é por tempo prolongado, pois pode se passar até 20 anos para o câncer de tireóide reaparecer.  

 

Cirurgia

 

A anestesia utilizada é a geral, que é mais segura e confortável para o paciente.

 

A média de internação hospitalar é de um dia, ou seja, o paciente recebe alta no dia seguinte à cirurgia.

 

Em geral, atualmente não utilizamos drenos, mas pode ser necessário sua utilização em situações específicas, como quando ocorre o esvaziamento cervical em conjunto com a tireoidectomia, ou quando temos grandes bócios.

 

Em geral, quando colocado, o dreno é retirado em 72h. Ao ser retirado, é normal que fique saindo um pouco de secreção sanguinolenta pelo orifício do dreno, que vai diminuindo progressivamente até o orifício fechar sozinho, o que dura por volta de dois dias. Enquanto isso, um curativo com gaze e micropore deve ocluir o local, e deve ser trocado quando fica sujo de sangue, no mínimo uma vez ao dia. A partir do momento em que não há mais saída de secreção, o local pode ficar descoberto.

 

Curativo

 

A incisão de tireoidectomia fica coberta por um curativo. Utilizamos a fita como pontos falsos, auxiliando no resultado estético da cicatriz.

 

O paciente sai do hospital com este curativo, que só será trocado, em consultório, após uma semana da cirurgia.

 

Durante este período, quando o paciente for tomar banho, pode molhar o curativo, devendo secar com uma toalha ou secador de cabelo, com jato frio, após o banho.

 

Retirada de Pontos e Alimentação

 

Os pontos normalmente são retirados 7 a 10 dias após a cirurgia.

Não há restrições alimentares específicas para a cirurgia de tireóide. O paciente pode sentir um pouco de dor ao engolir no dia da operação, recomendando-se uma dieta leve. No dia seguinte, este incômodo é bem menor.

 

Restrições

 

A principal restrição no pós-operatório é quanto ao esforço físico. Algumas atividades devem ser evitadas, como fazer ginástica, correr ou atividades domésticas, onde haja utilização de força. Este cuidado visa diminuir o aparecimento de inchaço e possível sangramento. Isto não quer dizer que haja necessidade de repouso no leito. É permitido andar, subir escadas, mas tudo com moderação.

 

O paciente pode movimentar o pescoço já nos primeiros dias depois da cirurgia, mas deve evitar traumas na região e hiperflexão ou hiperextensão cervical.

 

Medicações

 

Anti-inflamatórios: São normalmente prescritos por três dias no pós-operatório. Evitam que o paciente sinta dor. Podem causar incômodos como queimação no estômago.

 

Analgésicos: Apesar da cirurgia evoluir com pouca dor, estes medicamentos complementam o controle da dor.

 

Cálcio: Ele é prescrito para evitar ou tratar os sintomas desagradáveis da hipocalcemia, como formigamentos e câimbras. É utilizado quase sempre temporariamente, e será retirado conforme a função das glândulas paratireóides se restabelecerem.

 

Reposição Hormonal: Pode-se iniciar a reposição imediatamente após a cirurgia ou não. Não há pressa para se iniciar a reposição de hormônios tireoidianos, pois o nível de levotiroxina demora a diminuir na circulação sanguínea.

Hospital Evangélico, R. Imperatriz Leopoldina, 136

Clínica Reunidas, R. Antônio Soares, 71

São Paulo, R. Pirapitingui, 80

Tel: (15) 2101.6600

Tel: (15) 99827.1398

Tel: (11) 3207.4612

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