
Câncer de Boca – Cirurgia e tratamentos

O câncer de Boca é o sexto mais comum entre os homens, segundo dados do Inca. Os locais que fazem parte da boca são: lábio, mucosa bucal, gengivas, palato duro, área retromolar, língua oral e assoalho da boca.
Sintomas
A principal manifestação desse tipo de tumor é uma ferida na boca, que não cicatriza, e dolorosa. O paciente também pode referir dificuldade para engolir, falar, ou apresentar aumento de ínguas no pescoço (linfonodos cervicais).
Fatores de risco do câncer de boca
Os maiores fatores de risco são o tabagismo e o etilismo, especialmente quando juntos, pois existe um efeito somatório e potencializador. Aproximadamente 85% dos casos do câncer de boca estão relacionados a estes dois fatores.
Prevenção
A melhor prevenção é se manter afastado dos fatores de risco, ou seja, não fumar e não beber. Além disso, é importante manter sempre uma boa higiene bucal, e procurar atendimento de um cirurgião de cabeça e pescoço sempre que houver alguma lesão persistente (tempo superior a duas semanas) na boca.
Lesões suspeitas
Se você for elitista e tabagista, deve fazer com frequência, o auto-exame, com o uso de um espelho, todas as regiões da boca podem ser observadas. As lesões ditas iniciais, ou pré-neoplásicas, são: a leucoplasia e a eritroplasia. A leucoplasia é definida como uma lesão esbranquiçada, não-removível, que não melhora e tem chance de se transformar em câncer. Já a eritroplasia é mais rara e perigosa, consistindo em lesão avermelhada da mucosa que, ao ser analisada ao microscópio, já costuma já apresentar células malignas.
Quem devo procurar?
Na presença de alguma lesão de boca, o paciente deve procurar um cirurgião de cabeça e pescoço.
Biópsia
Todo paciente com lesão suspeita, com tempo de evolução maior que duas semanas, sintomas devem realizar uma biópsia. Só biópsia é capaz de nos levar ao diagnóstico definitivo.
A biópsia é um procedimento simples, realizado sob anestesia local, através do qual se retira um pequeno fragmento do tumor para análise. Além disso, existem doenças não cancerígenas que podem se assemelhar muito ao câncer de boca, e então a biópsia é o único meio de diferenciar essas doenças.

Quem nunca fumou ou bebeu pode ter câncer de boca?
Sim. Embora a maioria dos casos esteja relacionada ao tabagismo.
Opções de Tratamento do câncer de boca
A cirurgia oferece as melhores chances de cura. Existem também tratamentos baseados em quimioterapia e radioterapia, e ambos, combinados.
Cirurgia para tumores na boca
Para definirmos o tratamento cirúrgico, é necessário avaliar a localização e tamanho do tumor. Em geral, deve ser feita a total remoção do tumor, com margens tridimensionais de 1cm além do tumor.
Além disso, é necessário que se faça, frequentemente, uma extensão da cirurgia para o pescoço, com o objetivo de retirar preventivamente, ou com objetivo de tratar os gânglios cervicais, principais sítios de metástases dos tumores de boca.
Em muitos casos, necessitamos de uma traqueostomia de proteção. A traqueostomia é um atalho para a respiração. Na maior parte das vezes, é temporária. Algumas vezes, fazemos algum tipo de reconstrução (com retirada de outras partes do corpo para cobrir o defeito cirúrgico, os chamados retalhos). Para os casos mais avançados, estas cirurgias podem ser muito complexas, durarem muitas horas, e exigirem equipe multidisciplinar (como, por exemplo, a cirurgia plástica reparadora). Outra coisa bem frequente é o uso temporário de sonda nasoenteral. Trata-se de um tubo que leva alimento especial direto ao estômago.
Sequelas do câncer de Boca
Basicamente, as sequelas do tratamento cirúrgico compreendem a fala, a deglutição e a respiração, em diferentes graus de acometimento, a depender dos procedimentos realizados.
De qualquer maneira, faz parte do planejamento cirúrgico, além da óbvia remoção total do tumor, as reconstruções com a preocupação de causar a menor sequela possível. Mas é fundamental que entendamos que, diante de um tumor maligno, precisamos sempre pensar em 03 (três) coisas que têm sua ordem de prioridade: controle da doença, manutenção da função e estética. Respeitando essa ordem, delineamos a melhor forma terapêutica.
Equipe multidisciplinar
É essencial que se faça acompanhamento multidisciplinar com odontologistas (para acompanhamento da saúde dos dentes, gengivas, etc, e alterações de mastigação), fonoaudiólogas (para tratar distúrbios de deglutição e de fala), fisioterapeutas (para tratamento do ombro e de edemas).
Também deve ser valorizado o acompanhamento com psicólogos. Isto porque esses pacientes são, muitas vezes, estigmatizados pela doença e pela condição de deformidade que, em certas situações, essas cirurgias podem causar.
Tratamento após cirurgia
Em vários casos, é preciso a complementação do tratamento com radioterapia pós-operatória, o que diminui as chances de recidiva do tumor. Para alguns casos, também poderá ser necessária a realização de quimioterapia.
Cura é possível?
Absolutamente SIM. A chance de cura é maior quanto mais precoce for o diagnóstico. Por isso é tão importante que as pessoas, em especial as fumantes, sejam orientadas a realizar auto-exame e, na presença de lesões suspeitas, a procurar atendimento de um cirurgião de Cabeça e Pescoço com experiência em Oncologia.